A PARABOLÁ DO SEMEADOR
CAPÍTULO 13 VERSÍCULO 19
1 TENDO Jesus saído de casa, naquele dia, estava assentado junto ao mar;
2 E ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia.
3 E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
4 E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;
5 E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda;
6 Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.
7 E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na.
8 E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta. 9 Quem tem ouvidos para ouvir,
Estudo do texto
13.3 O SEMEADOR SAIU A SEMEAR. Ver Mc 4.3 nota.
13.3 AS PARÁBOLAS DO REINO. No capítulo 13 temos as parábolas do reino dos céus, que descrevem o resultado da pregação do evangelho e das condições espirituais
prevalecentes na terra, na esfera da manifestação visível do reino dos céus, até o fim dos tempos. (1) Em quase todas estas parábolas, Cristo ensina que dentro da esfera da
manifestação visível atual, do reino dos céus entre os homens, haverá o bem e o mal, e o verdadeiro e o falso. Entre aqueles que professam aqui o seu nome, haverá a apostasia e o
mundanismo, bem como a fidelidade e a piedade. No fim da presente era, o mal será destruído (vv. 41, 49), mas os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai (v. 43).
(2) Estas parábolas foram proferidas a fim de que os verdadeiros seguidores de Deus saibam que o mal e a oposição da parte de Satanás e seus seguidores existirão aqui na terra,
até mesmo dentro do atual reino visível dos céus (vv. 25,38,48), que é a igreja, uma manifestação parcial do pleno e futuro reino prometido por Deus a Davi, e que será regido por
Jesus (2 Sm 7.12-16; Lc 1.32,33; Dn 2.44; Ap 11.15). A única maneira de a pessoa vencer Satanás e a influência do mal será pela dedicação sincera e total a Cristo (vv. 44, 46), e
vivendo em santidade (v. 43; ver Ap 2.3 para exemplos de bem e do mal dentro das igrejas). (3) As parábolas são histórias tiradas da vida diária para descrever e ilustrar certas
verdades espirituais. Sua singularidade consiste em revelar a verdade aos espirituais e, ao mesmo tempo, ocultá-la dos incrédulos (v.11). A parábola pode, às vezes, demandar uma
decisão da pessoa (e.g., Lc 10.30-37).
13.12 ÀQUELE QUE TEM, SE DARÁ. Ver 25.29 nota; Mc 4.25 nota.
13.19 O MALIGNO... ARREBATA. Ver Mc 4.15 nota.
13.24,25 A BOA SEMENTE E O JOIO. A parábola do trigo e do joio salienta o fato de que há uma semeadura da má semente de Satanás paralela à da Palavra de Deus. O campo é
o mundo e a boa semente são os fiéis do reino (v. 38). (1) O evangelho e os crentes verdadeiros serão plantados em todo o mundo (v. 38) Satanás também plantará os seus
seguidores, os filhos do maligno (v. 38), entre o povo de Deus, para se contraporem à verdade divina (vv. 25,38,39). (2) A obra principal dos emissários de Satanás no reino dos céus
na presente era é solapar a autoridade da Palavra de Deus (ver Gn 3.4 nota), e promover a iniqüidade e as falsas doutrinas (cf. At 20.29,30; 2 Ts 2.7, 12). Cristo falou noutra ocasião,
de um grande logro entre seu povo por causa desses que se apresentam como verdadeiros crentes, quando na realidade são falsos mestres (ver Mt 24.11 nota; ver o estudo A
GRANDE TRIBULAÇÃO). (3) Este fato da coexistêcia do povo de Satanás com o povo de Deus, na dimensão visível atual do reino dos céus (que é a igreja), terminará quando Deus
destruir todos os ímpios, no fim da presente era (vv. 38-43). Para outras parábolas que enfatizam a atual condição da mistura de crentes e descrentes, ver 22.1-14; 25.1-13, 14-30;
Lc 18.10-14 e o estudo A MENSAGEM DE CRISTO ÀS SETE IGREJAS
13.30 CRESCENDO JUNTOS. No tocante ao crescerem juntos os verdadeiros filhos de Deus e os filhos de Satanás, disfarçados como crentes (v. 38; cf. 2 Co 11.13-15),
consideremos os três pontos a seguir: (1) Os crentes não devem, jamais, procurar desarraigar (i.e., derrotar pela força ou exterminar) os maus aqui no mundo. Os anjos farão isso
no final dos tempos (vv. 30, 41). (2) A parábola supra não contradiz as instruções bíblicas vistas noutras passagens que ordenam a igreja a disciplinar os membros que pecam e a
excluir da sua comunhão o falso crente não convertido (ver 18.15 nota; 1 Co 5.1 nota; ver o estudo OS PASTORES E SEUS DEVERES). Saiba-se, no entanto, que a disciplina
eclesiástica será, na melhor das hipóteses, apenas uma solução parcial para o mal no reino dos céus aqui na terra, no tempo presente. Deus e seus anjos farão a separação final.
(3) Os crentes fiéis devem sempre vigiar ante o fato de Satanás constantemente estar infiltrando coisas e indivíduos subversivos em todas as áreas da obra de Deus. De muitas
maneiras, os tais apresentam-se como verdadeiros filhos de Deus (ver 2 Co 11.14 nota; ver o estudo FALSOS MESTRES)
13.31 GRÃO DE MOSTARDA. Ver Lc 13.19 nota.
13.33 FERMENTO. Ver Lc 13.21 nota.
13.41 COLHERÃO TUDO O QUE CAUSA ESCÂNDALO. Na volta de Cristo à terra, depois da tribulação, na consumação da presente era (Ap 19.11-21), virá o tempo da ceifa, tanto
dos ímpios como dos justos que estiverem na terra (vv. 30, 40-42; ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO). (1) Os ímpios serão ceifados primeiro e removidos dentre os justos (vv.
30,41, 49). (2) Os justos serão ceifados em segundo lugar (vv. 30b, 41,43, 49). (3) Essa colheita dos ímpios surgirá de dentro do seu Reino (v. 41). (4) Depois da colheita e da
destruição dos ímpios, os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai (v. 43; cf. 25.31-34; ver Ap 20.4 nota )
13.42 FORNALHA DE FOGO. Jesus descreve o que acontecerá a todos os que cometem iniqüidade , i.e., desafiam a santa lei de Deus e rejeitam a justiça do seu reino. Serão
atormentados com fogo e enxofre; e o fumo do seu tormento subirá para sempre, de modo que não tenham repouso nem de dia nem de noite (Ap 14.9-11; 20.10). Todos que
aceitam a Bíblia como a Palavra de Deus não podem rejeitar esta doutrina. Os ímpios não são aniquilados, i.e., reduzidos a nada, pois serão mandados para o castigo eterno (ver
10.28 nota).
13.44-46 O REINO... SEMELHANTE A UM TESOURO. As parábolas do Tesouro e da Pérola (vv. 44-46) ensinam duas grandes verdades. (1) O reino dos céus é um tesouro de valor
incalculável, que deve ser buscado acima de tudo. (2) É obtido quando renunciamos a tudo que nos impede de ser parte dele. Vender tudo significa que de todo nosso coração
devemos abdicar de todos os demais interesses, por um único interesse supremo, que é Cristo (Rm 12.1).
13.47 O REINO... SEMELHANTE A UMA REDE. A parábola da rede revela, mais uma vez, a verdade que Cristo tanto enfatizou, i.e., que nem todos que estão no reino, na sua
presente fase visível aqui na terra, são verdadeiramente filhos de Deus. As igrejas locais e denominações cristãs nem sempre são sinônimos do genuíno povo de Deus, que consiste
de todos os salvos pela graça de Deus, mediante a fé e que vivem em santidade e justiça (cf. 24.11, 24; Gl 5.19-21; ver Lc 13.21 nota).
13.49 SEPARARÃO OS MAUS DENTRE OS JUSTOS. Na parábola da rede (vv. 47-50), que trata da volta de Cristo para julgar o mundo depois da tribulação, a ceifa dos ímpios e a
dos justos está na mesma ordem mencionada na parábola do joio e do trigo (vv. 30,41,43): os ímpios são ceifados primeiro, e os justos, em segundo lugar (cf. Ap 19.11;20.4). Tal
seqüência mostra, claramente, que a separação dos ímpios dentre os justos terá lugar no fim da tribulação (24.29-31; Ap 19.11; 20.4), e não no arrebatamento da igreja, ocasião em
que o povo peculiar do Senhor é retirado do mundo (1 Ts 4.13-18). Nesta parábola, Cristo volta a ressaltar o fato de que entre o povo de Deus há muitos que não são verdadeiramente
leais a Ele e à sua Palavra. Os maus dentre os justos (v. 49).
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