Gálatas 1,8: "Mas ainda que alguém - nós ou um anjo baixado do céu - vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja Anátema."
Outro evangelho
Embora o mormonismo conte sua história como uma restauração ocorrida por meio do encontro de Jesus como o anjo Moroni, e que na época Jesus havia dito a Joseph Smith que todas as Igrejas estavam corrompidas, as coisas,no entanto, não são bem assim. Ao confrontar estas afirmações com as do Novo Testamento, vemos justamente o contrário:
Nos últimos tempos, alguns apostariam da fé, dando ouvidos a doutrinas de demônios e espíritos enganadores (1Tm 4.1). Ora, Joseph Smith viveu no século XIX e deixou o cristianismo por um evangelho que tinha uma doutrina nova, entregue por um suposto anjo. Se houve apostasia foi dele, e seu perfil se encaixa perfeitamente aqui.
Não devemos aceitar outro evangelho, nem de homens, nem de anjos! Isto está bem claro (Gl 1.8,9; 2Co 11.4). Toda argumentação não passa de uma tentativa sofismática de esconder o óbvio – o evangelho de mórmon não veio de Deus. Antes, é uma maldição.
Além disso, anjos não são seres necessariamente bons. Existem anjos sobre o controle de Satanás (Mt 25.41). E estes seres não são facilmente identificáveis. Podem apresentar-se com a mesma aparência que os anjos de Deus (2Co 11.14). E aqui também nos vale uma análise do versículo 15, onde diz que os ministros de Satanás podem ter aparência de justiça. Assim, a moralidade mórmon não torna o anjo Moroni um anjo de Deus.
O outro lado da história
O mormonismo está ligado à pessoa de Joseph Smith, nascido em 23 de dezembro de 1805, no condado de Windsor, Estado de Vermont, Estados Unidos da América do Norte. Ele foi fundador, profeta e primeiro presidente da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Quando tinha dez anos de idade, a família de Smith se mudou para Palmyra, Nova York. Quatro anos depois, Smith teve sua primeira visão de Deus e de Jesus Cristo, que o instruiu a não se associar a nenhuma igreja existente, denunciando a falsidade de todas elas.
Por volta do ano de 1827, por meio de outra visão, Smith recebeu uma mensagem divina, escrita em placas de ouro, em hieróglifos. Segundo Smith, o “anjo” Moroni lhe apareceu e lhe disse que havia vivido naquela região há uns 1.400 anos. Seguindo o relato, o pai de Moroni, um profeta, tinha gravado a história do seu povo naquelas placas. Quando estavam a ponto de ser exterminados por seus inimigos, Moroni teria enterrado essas placas ao pé de um monte próximo do local onde hoje é Palmyra. Nessa visão, Moroni teria indicado a Smith o lugar em que as placas teriam sido escondidas e lhe deu umas pedras especiais, um certo tipo de lentes, chamadas “Urim” e “Tumim”, com as quais poderia decifrar e traduzir os dizeres das placas.
Smith traduziu e publicou o texto (1830), que recebeu o título O Livro de Mórmon, no qual conta a história religiosa de um povo antigo que viveu no continente norte-americano e que descreve como descendentes dos antigos hebreus.
Em 1830, Smith organizou a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e, imediatamente, começou a enviar missionários para outras localidades. Em virtude da conversão de um número muito grande de pessoas em Ohio, Smith se mudou para lá, e construiu, em Kirtland, um templo.
Mas... isto tudo é cristianismo?
Embora Jesus tenha dito que Ele próprio edificaria sua igreja, e que as portas do inferno prevaleceriam contra ela (Mt 16.18), Joseph Smith fundou esse movimento sobre o pressuposto de que a verdadeira Igreja de Jesus Cristo havia apostatado, abandonado a verdade de Deus. Jesus então o teria enviado para restaurar o cristianismo.
Esta suposta restauração se mostra evidentemente falsa, porque a Igreja resultante dela não se baseia no modelo do Novo Testamento. O princípio da Reforma Protestante, no século XVI, foi comparar o cristianismo da época com o modelo neotestamentário. Em outras palavras, a base da Reforma foi a Palavra de Deus.
Quando, porém, comparamos as doutrinas mórmons com as da Bíblia, é difícil identificar a Igreja dos mórmons como a verdadeira Igreja cristã. Ensinos e práticas estranhos ao evangelho são apregoados por eles. Estão pregando um outro evangelho como se fosse o verdadeiro evangelho. Embora as semelhanças sejam muitas, as diferenças também são. Termos bíblicos não fazem que nenhum conceito ou doutrina seja bíblico, ainda mais se praticado de forma antibíblica.
Doutrinas variadas e estranhas ao evangelho
Bíblia, evangelho, Jesus, anjos, profeta, apóstolo, Deus, Espírito Santo, batismo, dons espirituais, Igreja, volta de Cristo, irmão, irmã, etc, são alguns dos inúmeros termos utilizados pelos mórmons a fim de sejam identificados como cristãos evangélicos. Um leigo nem sempre consegue ver a diferença.
De repente, porém, surgem outros nomes e conceitos que estão muito longe das Escrituras: selamento eterno, batismo vicário pelos mortos, sacerdócio aarônico, sacerdócio de Melquisedeque, garments, etc. Sem falar dos nomes que surgem no Livro de Mórmon e que nada tem a ver com a Bíblia Sagrada: Éter, Nefi, Helamã, Alma, Omni, Jarom, Ênos, etc.
Conhecendo um pouco dessas doutrinas, ficamos chocados com as distorções existentes, e que se classificam facilmente no termo “outro evangelho”, tão condenado pelo apóstolo Paulo (Gl 1.8,9; 2Co 11.4).
Batismo vicário pelos mortos
Ensinam que o batismo é vicário, ou seja, pode ser feito no lugar de uma pessoa (que já morreu) para salvá-la. Este conceito de batismo não procede, de modo algum, das Escrituras. Todas as referências ao batismo bíblico estão ligadas à decisão individual do cristão e, mesmo assim, é uma conseqüência da salvação e não um meio para adquiri-la.
Segundo as Escrituras, a única substituição salvadora foi feita por Jesus (Is 53.4-6; 1Pe 3.18). Salvar alguém pelo batismo equivale a tornar-se um co-salvador, mas Jesus, e Ele somente, é o único Salvador.
As pessoas devem decidir sua condição eterna (salvação ou perdição) enquanto estão neste mundo, não depois. Não há, conforme mostram as Escrituras, como mudarem sua condição diante de Deus após a morte (Lc 16.26).
A única referência bíblica empregada pelos mórmons para justificar esta prática é o texto de 1Coríntios 15.29, que reconhecidamente é de difícil interpretação. Todavia, nele não existe, como costumam escrever, “uma ordenança” de batismo pelos mortos. Há apenas uma referência de Paulo quando fala da ressurreição aos membros da igreja de Coríntios. Não existe outra referência além dessa, seja nos escritos paulinos ou em qualquer outro texto do Novo Testamento. É ilógico desenvolver toda uma doutrina e prática sobre uma passagem única e ambígua.
De qualquer forma, o versículo pode estar se referindo àqueles que se batizam “por causa” dos mortos, ou seja, dos mártires. É sabido que muitos se converteram quando viram a morte honrosa dos cristãos. Paulo, então, estaria argumentando que se esses mortos não ressuscitavam ninguém, de nada valia ser batizado por eles. Essa visão é compartilhada pelos grandes apologistas Norman Geisler e Ron Rhodes. Outro apologista, Gleason Archer, também tem uma interpretação parecida do versículo em pauta. Segundo Archer, o apóstolo Paulo estaria falando de cristãos, não necessariamente de mártires, que, com sua morte, deixaram um testemunho de confiança de que suas vidas estavam salvas em Deus e que, por isso, não temiam a morte. Tal testemunho, apresentado no leito da morte, teria levado os familiares desses cristãos ao batismo.
Vale notar também que o versículo enfocado em momento nenhum diz que os cristãos praticavam algum tipo de batismo em favor dos mortos. Paulo fala em “aqueles que se batizam pelos mortos”. Portanto, segundo esta interpretação, o texto não se referia aos próprios coríntios, mas a algum grupo desconhecido.
Seja como for, todas essas explicações têm muito mais coerência do que a absurda prática mórmon. É impossível sancioná-la com esta passagem das Escrituras: “E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza” (2Pe 3.15-17).
Outra transgressão bíblica, derivada da doutrina do batismo pelos mortos, é o fato de os mórmons se concentrarem em suas genealogias, algo que o Novo Testamento condena explicitamente: “Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns, que não ensinem outra doutrina, nem se dêem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora” (1Tm 1.3,4).
No mormonismo, as genealogias são vitais e seus adeptos possuem o maior cadastro de genealogias do mundo. Se a Bíblia nos adverte a não nos ocuparmos com isto, como justificar, perante as Escrituras, a preocupação excessiva com árvores genealógicas?
Postado por Marcelo Ferreira em 27/08/2010
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